Essa coisa linda é apenas um dos vários "frutos" da Bienal do Livro-RJ, 2013. Uma leitura totalmente divertida, de 171 páginas. Indico para neo leitores por sua leveza.
Impossível não se identificar com Laura, suas observações e dúvidas comuns da " crise dos 20 ", que a protagonista enfrenta.
Dividindo o apartamento, quase uma república, com mais duas universitárias: Leila, " a estranha ", roqueira de cabelo vermelho sangue, só usa camisão xadrez de flanela, sem papas na língua e com um segredo. Enquanto é Gabrielle a romântica, bailarina loirinha de olhos azuis, de família poderosa mas uma mulher simples, que sonha em casar e adora fazer faxina, tem como cor favorita o pink. Completando o time vem Sabina, que não mora com Laura e as meninas mas é presença frequente no apartamento, corpo invejável mas como qualquer mulher quer sempre emagrecer, festeira, mãe solteira e ausente ( conheceu a maternidade muito jovem ), bem resolvida e intensa.
Laura, nossa heroína, é a desorganizada e impulsiva que caí em uma rotina infeliz: trabalha junto com o ex em um emprego que detesta, não tem ânimo para nada pois o trabalho e o curso errado da faculdade suga todas as suas energias, auto estima no dedão do pé e a carência do sexo oposto potencializada por um ano de "seca".
Em um dia com tudo para ser monótono e igual aos outros, ela para consigo mesma para avaliar sua vida e se da conta que esta sobrevivendo, não vivendo. Decidida a virar o jogo, faz várias mudanças acompanhadas de decisões radicais, encontrando um novo emprego que ama e uma chefe que, como a personagem descreve, é uma mistura de Tina Tuner, Cher e Barbara Streisand, desencanada e uma nova pessoa a cada dia, acaba se tornando sua " ídola ". Laura descobre que ficar sentada se sentindo triste não adianta nada e vai atrás de sua felicidade, sem se importa com que os outros vão dizer de seus vários encontros atrapalhados, na maioria das vezes malsucedidos. Afinal, ela só tem 20 e poucos, muito e pouco tempo ao mesmo tempo...entendeu? A vida é curta não é mesmo?
Conclusão
Me deliciei com o primeiro romance dessa escritora mineira tudo de bom. Percebe-se suas influências, das quais a mesma assume, em Lygia Fagundes Telles, Luís Fernando Veríssimo, José Saramago, Jô Soares, Simone de Beauvoir, Marian Keyes, Helen Fielding, Bruna Lombardi, Claudia Tajes e Martha Medeiros. É um livro super mulherzinha, meio que ''Sex and the city''. Mas muito original, Elaine traz de forma cômica e suave a realidade brasileira das desventuras da mulher moderna.