quarta-feira, outubro 22, 2014

A cidade do sol, de Khaled Hosseini, editora Nova Fronteira.

Postado por Nayana Moraes às quarta-feira, outubro 22, 2014 0 comentários



Um amigo meu, de bom gosto para literatura, tinha reclamado de O caçador de pipas, e meu desejo de ler este título de Khaled foi diminuído, pois confio muito no tal amigo. Mas A casa do céu, de Amanda Lindhout e Sara Corbett ( assunto para outro post ), fez me apaixonar de tal forma pelo tema que consiste no drama da guerra nos países islâmicos e fator religioso polêmico, que a curiosidade falou mais alto. Comecei a ler cheia de expectativa!

O livro possuí 4 partes, a primeira delas relata a triste infância de nossa heroína da vez, Mariam, uma harami ( bastarda ). Motivo de vergonha para Jalil, fruto de um deslize com Nana, que na época era sua empregada do rico empresário dono de cinema. 

Jalil tem três esposas oficiais e nove filhos legítimos, não quer uma harami para manchar sua imagem, então constrói uma humilde casa e ajuda com mantimentos Nana e Mariam, pois nutre algum carinho, apesar de tudo, pela filha ilegítima, A pequena e inocente Mariam idolatra seu pai e espera ansiosamente suas visitas quinzenais, sonhando crescer na grande e confortável casa de Jalil no centro da cidade, junto de seus irmãos; Porém, como Nana observa com razão, ''você (Mariam) é uma harami e tem que ficar longe da família de verdade dele'', causando grande revolta na filha. Mariam tem como melhores amigos uma velha viúva, Bibi jo, e mulá Faizullah, um líder religioso e professor, pois a menina não  vai á escola. 

Por rebeldia, Mariam desobedece sua mãe e vai reclamar seus direitos de filha á Jalil, saindo da segurança de sua aldeia para a cidade. Sendo ignorada fria e cruelmente por até então seu adorado pai. Depois da humilhação, a jovem volta para casa levada pelo motorista de seu pai e presencia uma tragédia, que é ponto de partida para as mais variadas desgraças em sua vida. 

Conclusão

As 3 partes restantes da história você terá que ler para saber, por que é aí que a coisa fica interessante! haha 

Sabe quando tem alguma coisa boa na geladeira e você quer fazer durar mas não sossega até que acaba tudo no mesmo dia, por que você vai lá arrancar um pedaço toda hora? Foi assim com este lindo livro, envolvente, intenso, irresistível! 

Independente do gênero literário de sua preferência, esta maravilhosa história ( de romance ), merece uma chance. Abra a cabeça e se surpreenda!

sábado, outubro 04, 2014

A Solidão dos números primos, de Paolo Giordano, editora Rocco.

Postado por Nayana Moraes às sábado, outubro 04, 2014 0 comentários



Paolo Giordano é um italiano formado em Física (!), que infelizmente não é muito reconhecido no Brasil, mas aos poucos vem conquistando nossos corações. Não só pelo seu charme e boa pinta, também por este romance maravilhoso,original até no nome. 

A história se inicia nos dois episódios mais marcantes na vida dos protagonistas, Alice e Mattia, respectivamente.

Alice é uma menina solitária com distúrbios alimentares, que sofre um acidente de esqui que a deixa com uma deficiência motora leve, porém séria. Passa sua infância e adolescência triste, podendo contar apenas com sua misteriosa empregada. A relação com os pais é péssima. 

Ainda na adolescência, depois de muito ser ''torturada'' por Violetta e sua gangue, acabam se tornando ''amigas'' de uma forma que já pressentimos um trágico fim. Mas a inocente Alice fica tão feliz por achar que seus dias no escuro tinham chegado ao fim que toma uma atitude impulsiva e irreversível.

Mattia,igualmente só e depressivo, corta os pulsos para se sentir melhor. É um gênio das exatas. Tem uma irmã gêmea, Michela, que sofre de retardo mental. Por vergonha dela, a abandona em uma praça, em meio a uma noite fria, para ir numa festinha de aniversário sozinhos, pois sua mãe o obrigou a leva-la junto e Mattia não queria ''pagar mico'' por causa da irmã. Então a deixa sozinha e calcula passar uma horinha na festa. Quando retorna ao local que deixou Michela, não há sinal de vida dela. 

Mattia cresce marcado pelo mistério do desaparecimento da irmã. O relacionamento com seus pais é estável. O jovem torna-se uma figura estranha, com seu fiel amigo homosexual apaixonado por ele, que o segue feito uma sombra. 

A história até aí se divide de tempos em tempos na narrativa das vidas de Alice e Mattia distintas. Até que Violetta arma um plano para ajudar Alice a ficar com Mattia, que o admira de longe pelos cantos, sempre obscuro e distante do mundo ao redor. Após uma sequência de acontecimentos infelizes a vida dos dois se cruzam e nunca mais serão as mesmas.

Conclusão

Esse me surpreendeu. Não dava muita coisa por este livro: nunca ouvira falar de Paolo e não estou familiarizada com literatura italiana. Também, prefiro as histórias em 1º pessoa, por ser o próprio personagem compartilhando seus sentimentos com o leitor. Mas foi uma experiência incrível essa belezura. Me deu até aquela sensação de vazio ao chegar no ponto final da última página, coisa que só acontece com os livros que amamos do início ao fim e que só os apaixonados por palavras sabem. E se pensa que este é um romancezinho adolescente ala Capricho se engana! Pode apostar, não irá se arrepender!

sexta-feira, outubro 03, 2014

'' A Luz Através da Janela '', de Lucinda Riley, editora Novo Conceito.

Postado por Nayana Moraes às sexta-feira, outubro 03, 2014 0 comentários


A escritora irlandesa, uma das maiores romancistas que já li, lançou 7 romances com o pseudônimo " Lucinda Edmonds ". Sua infância cheia de viagens ao exterior, especialmente ao Extremo Oriente, e sua vida atual entre os EUA e França, ficam claras em suas obras. Com sua narrativa doce, prazerosa, me senti respirando o ar do verão francês em um jardim cinematográfico. A descrição de lugares, personagens e acontecimentos são delicadas e precisas, não aquela coisa enjoativa. As obras de Lucinda são verdadeiros " tijolos" que se "devora" muito rápido. A escritora distribui de forma eficiente o trágico e o final feliz, sendo que cada livro te prende igual novela das 21Hrs, haha.

Emilie De La Martiniéres teve uma infância e adolescência de "sonho": vivendo em um palacete,desfrutando de tudo que o dinheiro pode comprar. Mas sem o melhor da vida que é de graça, amor. Cresceu aos cuidados de um exército de empregados, pois sua mãe vivia ocupada demais organizando diariamente festas requintadas e extremamente luxuosas para a mais alta sociedade francesa. Emilie só teve seu pai, que faleceu quando ela tinha apenas 14 anos de idade. Um intelectual, nada interessado com o alpinismo social da esposa. Dedicara sua vida a aumentar a coleção de livros raríssimos do pai, avô paterno de Emilie, um acervo com mais de 24.000 livros, de valor incalculável.  

Indiferente a toda riqueza que sempre a rodeou, nossa heroína decidi ter uma carreira, contra o desejo da mãe de que se tornasse uma anfitriã sem igual. Formada veterinária como a melhor aluna da classe, em uma conceituada faculdade,  constrói seu nome em Paris por ser  uma profissional excelente. Com a morte de sua mãe, ela se torna a última sobrevivente de uma nobre linhagem com mais de 200 anos. Emilie sabe que sua existência se deve ao fato da necessidade de uma herdeira, não do desejo pela maternidade por parte da mãe. Vê que agora toda a fortuna da família, inclusive o adorado Château, seu santuário, uma propriedade que precisa de reformas, cheia de preciosidades e segredos, pertence a ela. 

De luto e carente, Emilie cruza seu caminho com Sebastian, e se apaixona, casando com ele repentinamente, algo que pensava que jamais aconteceria. Um homem bonito, charmoso e tanto estranho. Adorador de obras de artes, cuja suas histórias são ligadas extraordinariamente. 

Tudo que Emilie deseja é vender tudo e voltar para sua  vida segura em Paris. Descobre que sua mãe estava falida, afundada em dividas exorbitantes. Enquanto esta no Château, resolvendo uma infinidade de papeladas, ela se da conta que ama aquele lugar e que não poderá se desfazer nunca dele. Ainda mais depois de conhecer um pouco do passado com Jacques, responsável pela vinícola da família.

Conclusão

Eu AMO romances que passeiam sua trama pelas duas grandes guerras (por amar história), mas esse em particular pode ser apreciado até por quem não se liga muito ou nem um pouco nos fatos históricos! Muito emocionante! Prepare um café e um cantinho especial para a leitura, pois Lucinda nos faz viajar mesmo, é bem difícil voltar a realidade depois...
 

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